sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Líder da Missão Horizontes da América Latina fala sobre ministério


*Entrevista de David Botelho para a Rádio Melodia no dia 25/07/03

O Pastor David Botelho é o líder da Missão Horizontes ! da América Latina,com sede em Monte Verde, Minas Gerais, e também bases missionárias em Paragominas, no Norte do Brasil (Pará), onde trabalha com os chineses e japoneses.

Na América Latina o ministério tem bases na Argentina, Paraguai, Venezuela e Bolívia. “A nossa visão é alcançar os povos não alcançados na Terra”, afirma David, que é casado com Cleonice e tem 3 filhos nascidos em três continentes diferentes.

David Botelho nasceu em Sertanópolis e foi executivo da General Motors por muitos anos. “Quando o Senhor me chamou para o ministério de evangelismo, fui trabalhar entre os índios Aioreos, na Bolívia, e depois em Puerto Suarez. Somente anos depois foi que Deus abriu as portas para que pudéssemos trabalhar com os povos não alcançados da Janela 10-40”. Nesta entrevista exclusiva para a Linha Aberta, David Botelho fala de seu trabalho junto aos povos não evangelizados, de missão transcultural e das principais dificuldades para pregar o Evangelho de Cristo.

Rádio Melodia: Quais são os povos mais carentes hoje, onde existem menos representantes evangélicos?

David Botelho: O maior desafio hoje em termos de povos, são os muçulmanos. Hoje, para cada milhão de muçulmanos temos 2.8 missionários, o que é um tremendo desafio. E pensando nisso, nós temos países que não têm crentes nacionais conhecidos, como por exemplo o Saara Ocidental, a Arábia Saudita, Ilhas Maldivas e Catar. Há igrejas de estrangeiros, mas nacionais não existem. O maior desafio não está na janela 10-40, mas dentro da própria igreja, porque o mundo está mais preparado para receber o evangelho do que os cristãos para o propagar. Hoje entre os povos muçulmanos, muitos estão tendo sonhos, visões com Jesus e estão interessados no evangelho. Nós podemos citar como exemplo o filme Jesus, que é o mais pirateado no mundo muçulmano e já foi apresentado em muitas nações em rede nacional. Então há um interesse, mas faltam pessoas que tenham a cosmo visão para apresentar o evangelho, com a preparação cultural e também a preparação linguística para poder falar na língua deles. Entender o povo para compartilhar o amor de Jesus. Hoje há uma sede extraordinária de paz nessas regiões, e só Jesus é a paz.

R.M.: Entre esses povos carentes de missionários, existe lugar para quem fala só português?

DB: Sim. Nós temos a Guiné Bissau, que é um país de língua portuguesa que está aberto, mas últimamente temos o Timor Leste. O Timor Leste sofreu muito nas mãos de radicais muçulmanos, onde mais de 500 mil pessoas morreram naquela guerra, naquela revolução, e os maiores absurdos aconteceram que muita gente não tem falado. A forma que essas pessoas morreram e cristãos foram assassinados é uma aberração. O país teve uma influência muito grande do Brasil porque o Presidente foi ao governo brasileiro pedir que enviassem pessoas para ajudar na restauração da nação, como professores de português, porque eles escolheram essa língua como a oficial da nação. Infelizmente poucas igrejas atenderam ao apelo. Foi uma oportunidade extraordinária, mas a igreja não estava preparada ajudar.

R.M.: Essa porta continua aberta?

DB.: Continua aberta para brasileiros que poderiam estar ajudando. Eles precisam de pedreiros e também professores, pessoas que possam ajudar em áreas de refugiados de guerra.

R.M.: Quais os incentivos que esses países oferecem para brasileiros que queiram se deslocar dos Estados Unidos ou do Brasil para lá?

DB.: Os países não têm recursos financeiros, mas a facilidade para se estabelecer é muito grande, com talvez até a mesma renda que se receberia no Brasil, com facilidade total quanto a documentação.

R.M.: Mudando um pouco de continente, e os indígenas brasileiros, que nunca conheceram, não ouviram do Evangelho, e têm carência de missionários?

DB.: Pessoalmente acredito que a igreja brasileira tem um certo preconceito contra os povos indígenas brasileiros. Então se alguém for para esses povos, seria uma pessoa inferior e infelizmente isso é uma realidade. Temos uma igreja que tem mais de 30 milhões de evangélicos, mais de 175 mil igrejas no Brasil, e infelizmente há mais de 100 tribos no Brasil sem a presença de um evangélico. Isso é uma vergonha e sei que deveríamos despertar para isso.

R.M.: Quais as organizações no Brasil que poderiam ser contatadas para o suprimento dessa necessidade de missionários?

DB.: Há duas organizações fortes que trabalham na área de treinamento e colocação de missionários, que são a Missão Novas Tribos e a Missão Além. Mas há outras missões como Ameva, a Jocum e outras, sendo essas duas as mais fortes no Brasil entre os povos indígenas, tanto na área de treinamento como no campo missionário.

R.M.: Uma última palavra do irmão para aqueles brasileiros que estão aqui na América, e que de certa forma são missionários brasileiros.

DB.: Eu gostaria de encorajá-los para que se preparassem no Curso de Especialização em Missões Transculturais a Distância (CEMTD) para que possam evangelizar povos diferentes de forma mais efetiva, uma vez que nos Estados Unidos temos represenrtantes de todo o mundo. Eu gostaria de incentivá-los a fazer amizade com os demais imigrantes, porque os brasileiros que estão aqui se identificam com eles por serem estrangeiros, por enfrentarem os mesmos problemas, e muitas vezes as mesmas discriminações. É importante para eles se prepararem para alcançar esses povos que estão abertos aqui. Eu creio que esse é o kayros de Deus.

Fonte: http://www.mhorizontes.org.br/Paginas/mostra_informacao.asp?ID=29

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